27 de março de 2017

Faz tanto tempo que não escrevo que nem sei por onde começar. Não sei sobre o que eu quero falar, na verdade, só queria ficar digitando qualquer coisa que parecesse ter sentido, já que os meus pensamentos aparentemente não têm nenhum.

Apesar de estar entre quatro paredes e não ter noção de como anda o dia lá fora, hoje tá tudo meio nublado pra mim. Constantemente olho pro relógio e pro celular, mas nenhuma notificação interessante, nada que me fizesse sorrir, só aquelas mesmas mensagens de sempre e os quinhentos grupos da faculdade (o que me deixa mais triste ainda, porque tô cheia de trabalho pra fazer e tô procrastinando desde sempre - mas isso não vem ao caso, agora).

Há alguns meses tenho percebido umas diferenças em mim. Várias mudanças rolaram e umas são até boas, mas outras nem tanto. A verdade é que eu tô virando um emaranhado de emoções e isso não tá sendo muito legal. Não que antes, nossa, eu fosse a fodona sem sentimentos, mas agora eu tô bem mais emotiva, e tudo isso é muito novo e eu não tô sabendo como lidar.

Se antes eu chorava só com os filmes, novelas e seriados e comerciais de manteiga (mas porra?!), agora eu também já choro por estresse, por problemas na faculdade, por briga besta e tantos outros motivos. Tá, eu sei que parece idiota, já que antes eu chorava com tudo, mas uma coisa sou eu chorar por causa de cenas emocionantes, cachorrinhos morrendo, etc, e outra completamente diferente é isso ser causado pelos meus problemas. E, querendo ou não, é muito estranho pra mim. Tipo, um dia eu cheguei da aula super cansada e as minhas irmãs tinham deixado o meu quarto todo bagunçado, resultado: EU DESABEI NO CHORO. Não tinha a menor necessidade, mas eu fiquei com tanta raiva que não consegui segurar, entende?! Fora as outras ocasiões que já me deixaram nesse mesmo jeitinho. Uma outra vez eu tava discutindo no carro com o meu namorado e aí eu comecei a sentir o ardor no nariz e o queixo começar a tremer (já é o aviso final), aí o jeito foi eu me calar e ficar apreciando a paisagem, porque se eu olhasse pra ele ou continuasse falando, ia ser choro na certa!  O pior é que as únicas vontades que sinto, quanto tô nessas crises, é de ficar em posição fetal ou sair quebrando alguma coisa, mas como não posso quebrar nada e tenho que prezar pelo meu equilíbrio, o jeito é ficar ouvindo as minhas músicas, quietinha, até eu me acalmar. 

Mas, apesar de ainda ser um tanto quanto estranho pra mim, às vezes isso é bom, sabe?! Eu me sinto mais normal, mais humana. Não sei o que aconteceu com as pessoas que, de uns tempos pra cá, demonstrar sentimento se tornou sinônimo de algo ruim, sendo que é super normal a gente chorar e ter esses momentos. Ajuda a aliviar o que a gente tá sentindo, a tirar aquele peso que muitas das vezes gente nem sabe de onde surgiu. E nós não precisamos dessa competição pra ver quem é o mais forte. O que a gente precisa mesmo é de alguém que esteja ali do nosso lado, e pode ser qualquer pessoa: amiga, pai, mãe, namorado... A gente só não pode é querer sempre enfrentar tudo sozinho. O fardo, quando compartilhado, se torna mais leve.


- sou dores, sou flores.

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