"A vive cercado de esperas todos os dias, o dia todo. É o horário de ir embora do trabalho, o fim de semana, o telefonema no dia seguinte, o amor. A gente espera diariamente pelo amor. Como se magicamente, o homem ou a mulher da nossa vida fosse acordar um dia pela manhã e miraculosamente se dar conta de que não pode mais viver sem a gente. Seria só uma questão de tempo pra bagunça na vida da gente se ajeitar e o coração se aquietar.
E toda vez é sempre diferente. Não importa quantas vezes nosso coração foi partido, não importa quantos desencontros ocorreram, não importa quantas vezes você já esteve aí nessa mesma posição, de espera e descompasso ansiando por uma reviravolta inesperada do destino, a gente sempre acha que amor é uma questão puramente de tempo. E o roteiro parece mudar apenas de protagonistas: se conhecem, se gostam, se amam, se limitam já no primeiro beijo – comigo, você só pode chegar até aqui. Aí a gente ajeita o banquinho da vida, coloca bem pertinho de uma janela bem movimentada, que é pra ficar observando a vida acontecendo lá fora e se senta. Senta e observa um milhão de possibilidade de felicidade passando pela janela trancada pelo cadeado mais poderoso que existe: o livre arbítrio. E o que antes era uma espera, vira um desespero.
A dura verdade é que amor acontece, amor não se espera.

Melhor que escolher o amor é deixar o amor escolher a gente, sem esperas. Senão a vida da gente vira quase um romance, mas com o tempo. Um relacionamento cheio de esperas, de vírgulas, de reticências num conto breve que na verdade deveria ser um “felizes para sempre”. Tudo é amanhã, depois, ano que vem, daqui 6 meses. Tem sempre a tal viagem, a tal distância, a tal fase da vida em que a regra é curtir sem compromisso. Tem o tal do limite, aquele que te impede e impede o outro de seguir em frente quando o assunto é o amor. Ironicamente ou não, nossas vontades e as do tempo quase nunca coincidem. Se a gente quer sair brincando pelo jardim, o tempo quer esperar um dia mais ensolarado; se queremos passear de mãos dadas no parque, o tempo quer sapatos melhores para fazer a caminhada. A gente vê o mundo de um jeito, o tempo vê de outro.
A gente tem um dom incrível que na maioria das vezes não é utilizado da melhor maneira possível. É o dom da escolha. Escolher continuar a caminhada ao invés de sentar no banquinho da vida aumenta consideravelmente as chances de o amor encontrar a gente e vice versa. Seja esperando que o príncipe encantado suba pela janela, seja estagnado (a) numa relação sem futuro por puro medo da sua própria companhia, não espere.
Repito: amor não é barganha! Amor é amor, e só. De graça, de mansinho, preguiçoso, livre como todo relacionamento deveria ser. Livre arbítrio amparado pela liberdade de ser, estar e permanecer, que só se constrói sem pressa nenhuma."
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