E hoje, minha mente decidiu voltar uns meses atrás. Tempo suficiente para você fazer parte da minha vida novamente. Não sei se posso dizer que foram flashes porque duraram muito mais do que frações de segundo. Minhas lembranças reviveram você nos meus pensamentos, trazendo à tona todo aquele sentimento que, com muito esforço, eu tentei esconder de mim e de você.
Aparentemente, acredito que foram tentativas fracassadas, porque nunca consegui ocultar tamanho amor dentro de mim. Mesmo depois de tantas coisas terem acontecido, sendo elas ruins e que nos machucaram muito, quando lembrava apenas de nós e de como éramos bons um para o outro, ouvia minha voz narrando nossas histórias já com uma certa doçura, liberta de qualquer rancor.
Gosto de lembrar como tudo aconteceu... Sabemos que a minha memória também não é tão boa assim e que seria mentira minha dizer que tenho de cor todos os detalhes, mas lembro dos que mais marcaram pra mim.
Lembro da primeira vez que nos vimos, do nervoso que senti. Dos primeiros “projetos de beijo” e do beijo verdadeiro, o qual datou o nosso primeiro dia de namoro. Lembro das brigas bobas e das inúmeras crises de riso que tinha ao seu lado (tudo era tão fácil...). Lembro das vezes que te vi chorar, por felicidade ou preocupação com algo. Lembro de como achava lindo te ver dormindo, e de ter agradecido a Deus por te ter ali no meu colo. Lembro do modo como me olhava e da forma como fazia com que eu me sentisse realmente amada. Lembro de termos dito “pra sempre” e “juro juradinho” a respeito de várias promessas. Lembro dos micos, dos banhos de chuva, de como brincávamos igual duas crianças e de como sabíamos nos divertir com tão pouco. Lembro das vezes que cantamos, que assistimos filme, que passeamos e das que dormimos juntos. Lembro de quando fizemos comida, compras, faxina, entre tantas outras coisas que alimentavam a idéia de como seria a nossa vida de casados. Lembro dos planos e nomes que daríamos aos nossos filhos e lembro até do pequeno filhote que pegamos para criar (e que me enche de saudades, por sinal). Lembro de todos os apelidos, dos presentes, das dedicatórias e das surpresas. Lembro das vitórias e das perdas e de como me abraçava forte ao tentar cessar a minha dor. Lembro de como era bom te amar, e o mais importante: de não sentir medo algum em demonstrar, porque em tudo, eu conseguia sentir que existia reciprocidade. E um dos momentos que mais marcaram o nosso relacionamento, pelo menos pra mim, foi quando assistimos O Homem do Futuro. Talvez você nem se lembre direito... Passamos o dia juntos, e nessa noite de julho, de uma forma mais séria, dissemos que passaríamos o resto da nossa vida juntos.
Quando tudo acabou, meu coração ficou destruído! E a minha mente gritava comigo, querendo saber o que iria fazer com tudo isso. Por muitas vezes, na hora do desespero, desejei nunca ter vivido a nossa história, mas quando pensava direito, me dava conta de que, mesmo se tivesse o poder de te deletar, não teria coragem de te apagar da minha memória. Até porque, quando eu te encontrasse e olhasse no fundo dos teus olhos castanhos, de alguma forma eu saberia que você já me pertenceu.
É meio assustador pensar que ainda te amo da mesma maneira, mas que nossos sonhos nunca irão se realizar. E que não me imagino planejando todas essas coisas com outra pessoa porque todo esse amor que eu tenho é só pra ti que eu devo dar. Mas, quando eu lembro que não vou mais ter você comigo, outras várias perguntas começam a me assombrar. “E se eu não me interessar por mais ninguém?”, “E se um dia eu me casar só por medo de ficar só?” ou “E se eu nunca mais conseguir sentir esse amor por alguém?”. Eu não quero ser uma pessoa mais ou menos. Ninguém merece alguém pela metade. Quero me doar por inteiro, assim como fui com você. Mas será que eu vou conseguir sentir isso por alguém de novo? É, eu sei, talvez seja um exagero da minha parte, mas eu sinto medo, de verdade.
Sei que, assim como você, errei e tive inúmeras falhas. E te peço perdão pelas vezes que te magoei profundamente. Perdão pelos meus deslizes e por nos atropelar com minhas emoções. Talvez, como já li em outro lugar, “cavei a minha própria cova”. Mas como? De certo, eu não sei. E por várias vezes também já me questionei. Quem sabe a resposta esteja na minha frente, mas meus olhos ainda não foram bons o suficiente para enxergá-la.
Não escrevi esse texto para pedir pra você voltar para mim, até porque nós dois sabemos a resposta. Mas hoje eu acordei assim... Como se fosse uma necessidade de dizer tudo o que há muito tempo ainda grita aqui dentro de mim. Uma obrigação em te deixar saber tudo o que eu ainda sinto por você.
De todos os livros que eu li, foi você quem eu sempre imaginei. Era você em todas as descrições mais lindas que meus olhos já viram. Sempre foi a definição perfeita do personagem que eu quis ao meu lado. E, talvez, esse ainda não seja o nosso final, mas sim o ápice do drama da história que escreveram para nós, porque até então, nada do que eu tenha feito foi o suficiente para tirar você de mim. Mas, se essa é realmente a hora de dizer adeus, termino esse texto com um trecho de uma carta que Noah escreveu para Allie, em Diário de uma Paixão: “A razão pela qual dói tanto nos separarmos é porque as nossas almas estão ligadas. Talvez, sempre tenham sido assim e para sempre serão. Talvez tenhamos vivido mil vidas antes desta, e em todas elas tenhamos nos encontrado. E, talvez, em cada uma delas tenhamos sido obrigados a nos separar pelos mesmos motivos. (...) E sei que passei todas as vidas, antes desta, procurando você. Não alguém como você, mas você, porque a sua alma e a minha têm de estar sempre juntas. E assim, por alguma razão que nenhum de nós entende, fomos forçados a dizer adeus.”
Acho que isso pode traduzir tudo o que eu penso e sinto.
- sou dores, sou flores.
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