
Enquanto faço toda essa limpeza digna de uma boa diarista,
parece que internamente o meu corpo tá fazendo uma limpeza também. Limpeza da
alma, limpeza da mente. E acho que essa quase rotina de arrumar o quarto, se
tornou uma fusão com faxinar e sempre pensar na minha vida e nas decisões que
tomo ou deixo de tomar. Tanto é que agora mesmo, no meio da arrumação toda,
liguei o computador e comecei a digitar todas essas palavras.
Talvez eu esteja assim por causa do dia nublado (geralmente
eles mexem comigo) ou por causa dos dez minutos (ou sessenta) que me fazem
ficar reflexiva antes de dormir ou por causa de nada, só por mania de
simplesmente pensar em milhões de coisas ao mesmo tempo. Mas o mais foda de
tudo isso, são as conclusões que eu tiro ou tento tirar. Num minuto eu penso no
não, no outro eu já tô tentando me convencer do sim. E não é bom isso, sabe? A
incerteza é algo que te quebra as pernas, principalmente quando você não sabe
nem responder se é uma pessoa ‘razão’ ou ‘emoção’.
Na verdade eu acredito que esses dois andam juntos sempre e,
às vezes, eu até me saio meio inteligente. Mas sempre tem aquela pessoa que nos faz agir
de forma diferente e parece que a tecla ‘tenho todos os motivos para desistir,
mas continuo insistindo’ é apertada centenas de vezes, repetidamente. E eu me
pergunto até quando vou continuar clicando nisso, pagando pra ver o que vai
acontecer. Porque agora tá tudo bem, mas eu tô me arriscando e isso é fato. E vale
a pena passar por isso? Será que eu vou saber a hora de parar, quando eu achar
que já tá me fazendo mal?
Como ainda não sei as respostas pra essas perguntas, vou
terminar de arrumar o quarto, quem sabe até o final eu decida algo ou então eu
aperte aquela tecla mais uma vez, afinal, amar tá no meio dessa bagunça, né?
- sou dores, sou flores.
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